Ainda que Adão e Eva tenham realmente existido, o fruto proibido, responsável por sua expulsão do paraíso, não poderia ter sido uma maçã. Isso ocorre uma vez que tal fruta, da forma como a conhecemos e consumimos atualmente, é resultado de um processo de domesticação, realizado tempos depois que o mundo foi “criado”.
Assim, se hoje temos tal alimento em abundância, podendo encontrar maçãs em locais como supermercados e feiras, isso foi possibilitado pela Rota da Seda – caminhos feitos por mercadores durante a antiguidade clássica com o objetivo de comprar e vender produtos. Tal comércio, foi o primeiro movimento do sentido de uma espécie de globalização, visto que ligava o extremo leste da Ásia com Europa e os seus mais intensos movimentos durante o século 3 a.C.
Dessa forma, de acordo com o Instituto Max Planck, localizado na Alemanha, e divulgado na segunda-feira (28), através do periódico Frontiers in Plant Science, foi durante esse período que a maçã deixou de ser uma fruta pequena, selvagem e sem apelo. Isso foi alcançado por meio de alguns processos e enxertos e também de seleção das árvores que possuíam os frutos mais vistosos. Foi dessa maneira que a maçã se transformou em um dos frutos mais populares do mundo.
A pesquisa a respeito do “fruto proibido” foi assinada pelo diretor do Laboratório de Paleoetnobotânica do instituto alemão supracitado, Robert Spengler. O estudo de Spengler é baseado em pesquisas de cunho arqueológico feitas recentemente, por meio de sementes de antigas maçãs preservadas na Europa e na Ásia Ocidental. Além disso, essas informações foram combinadas com dados relativos à genética da fruta.