Nesse sentido, ainda no início de 2019, o Papa Francisco declarou que considera melhor que alguém viva como um ateu do que que alguém vá todos os domingos à missa e propague ódio pelo próximo. De acordo com ele, algumas pessoas passam um tempo considerável de suas vidas na igreja, mas difamam as pessoas e odeiam o próximo e que pessoas que frequentam a igreja deveriam se mostrar enquanto exemplos e se afastar desse tipo de conduta.
A Understanding Unbelief teve início na terça-feira 28, e contou com painéis voltados para o debate dos pontos que levam as pessoas a não acreditarem em Deus. Participaram desses painéis, majoritariamente, pesquisadores acadêmicos cujo foco de interesse é o tema supracitado. Entre esses pesquisadores destacam-se sociólogos, antropólogos, teólogos e filósofos. Mas pessoas religiosas também foram bem-vindas a participarem da discussão.
A primeira conferência do tipo foi realizada há 50 anos, de acordo com o sociólogo Rocco Caporale (1927-2008), autor de um livro a respeito dela (The Culture of Unbelief Studies and Proceedings From the First International Symposium of Belief Held at Rome). Isso serviu também como um ponto de partida para que a Igreja Católica fosse capaz de estudar a “cultura da não-crença” e maneiras de estudar essa cultura. De acordo com Caporale, uma das principais ideias dos participantes do primeiro simpósio do tipo foi que tanto acreditar em Deus quanto não acreditar são completas incógnitas.
Dessa vez os pesquisadores participantes do evento puderam discutir mais amplamente através de dados obtidos por uma pesquisa realizada nas universidades britânicas de Kent, Conventry, Queen’s e Saint Mary. A pesquisa em questão foi feita em seis países diferentes e tinha como tema central o que é ser ateu atualmente. Ao todo, foram ouvidas 6,6 mil pessoas que vivem no Brasil, nos Estados Unidos, no Reino Unido, na China, no Japão e na Dinamarca.