A síndrome de burnout, a depressão e o estresse são problemas de saúde que possuem especificidades, ainda que, por vezes, sejam compreendidos como uma só doença. Dessa forma, apesar de terem alguns sintomas que se assemelham, as três são categorizadas de maneira diferenciada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Assim, é importante destacar que, para a OMS, o burnout não é uma condição médica, mas antes um fenômeno que está diretamente ligado ao trabalho. A depressão, entretanto, é interpretada como uma doença psiquiátrica crônica. Por fim, o estresse, de acordo com a OMS, é uma resposta do organismo às circunstâncias do dia a dia, podendo ser indício de alguma doença ou algo pontual, motivado por fatores externos.
Partindo desse ponto, é necessário destacar algumas características que podem ajudar na compreensão e diferenciação dos problemas supracitados. Assim, primeiramente, deve-se compreender que o burnout é uma síndrome resultada de estresse crônico e que ela sempre está vinculada ao ambiente trabalhista. A depressão, por sua vez, é uma condição psiquiátrica capaz de afetar pessoas de todas as idades. O estresse, por fim, é uma resposta fisiológica e automática do corpo a algumas circunstâncias que exigem ajustes comportamentais.
Especificamente sobre o bournout, é importante também salientar que ele se desenvolve de maneira gradual devido a alguns desajustes entre indivíduo e trabalho. Dessa forma, a síndrome pode ser ocasionada por uma carga horária excessiva, da falta de reconhecimento ou de um cansaço que não é resolvido por períodos de férias.
Nesse sentido, a psicóloga Ana Maria Rossi, que atua como coordenadora brasileira da International Stress Management Association (Isma), ressaltou que uma pesquisa realizada pela instituição no ano de 2018 – mas ainda não apresentada ao público – foi capaz de constatar que 72% dos brasileiros possuem algum tipo de sequela do burnout, seja em nível leve ou alto. Além disso, entre esse grupo de pessoas 32% sofrem com a síndrome.